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O Sal da Terra: Sebastião Salgado




O texto de hoje é uma preparação para o texto da semana que vem: hoje vou apresentar o fotógrafo para vocês, e no próximo trarei uma análise do trabalho dele pontuando várias questões até mesmo críticas, então, fiquem atentos.

De economista a artista, Sebastião Salgado é um grande nome da fotografia mundial. Ele nasceu em Minas Gerais mas mudou-se algumas vezes dentro do Brasil para então em 1969 emigrar à Paris com sua esposa. Salgado insistiu no fotojornalismo após o contato com tal em uma viagem a trabalho que fez na África, desde então, 1973, ele passou a atuar em agências de fotografia e cobrir eventos históricos até conseguir financiamento aos seus projetos próprios.

Quando inicia um trabalho, Sebastião se dedica de fato, ele possui várias séries fotográficas que demandaram anos de pesquisas e de viagens para serem elaboradas. O documentário sobre sua vida, intitulado “O Sal da Terra”, foi indicado ao Oscar 2015 de melhor documentário. Essa produção dirigida pelo filho dele, o cineasta Juliano Salgado, detalha cada uma das expedições do pai e o trajeto final até ver as obras no museu. As séries de fotografias de Sebastião Salgado foram virando livros ao longo do tempo, logo temos os seguintes títulos mais famosos: Outras Américas (1986), Trabalhadores (1992), Êxodos (2000), África (2007) e Gênesis (2013).

O trabalho do fotógrafo é reconhecido em todo o mundo principalmente pelos temas que aborda através das lentes: guerra, pobreza, fome, preconceito e injustiças sociais no geral. Sua edição é sempre PB, ou seja, preta e branca, e isso nas análises da fotografia é considerado um apelo aos sentimentos mais íntimos e reflexivos do indivíduo - quando se trata de olhar o que de fato a imagem é e não as percepções de distração que as cores oferecem.

Sebastião Salgado explica sua admiração por esse estilo: “Nada no mundo é em branco e preto. Mas o fato de eu transformar toda essa gama de cores em gamas de cinza me permitiam fazer uma abstração total da cor e me concentrar no ponto de interesse que eu tenho na fotografia. A partir desse momento, eu comecei a ver as coisas realmente em branco e preto”.

O fotógrafo e sua esposa Lélia Deluiz, construíram um bom legado na França, mas foi voltando ao Brasil que encontraram um ponto de estabilidade na vida junto da mãe natureza. Já em Minas Gerais, o casal decidiu iniciar um projeto de reflorestamento no cerrado, onde foram plantadas mais de 2 milhões de árvores nativas numa área completamente desmatada.

Essa iniciativa tem mais de 20 anos de cuidado e foi apoiada pelo Instituto Terra, na busca de uma grande revitalização devolvendo a fauna e a flora originais do ecossistema. Hoje o terreno é uma Reserva Particular do Patrimônio Ambiental, e todo esse planejamento foi traçado após Salgado retornar de um trabalho realizado em Ruanda, na África, sobre o traumático genocídio da década de 1990. Então, podemos dizer que a fotografia salva ou despreza? No texto da semana que vem vamos abordar isso, até lá.


Luana Martins

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