A música nas décadas de 70 e 80

Voltamos! Aqui continuaremos a falar sobre a influência da música na história e vice-versa. Quando pensamos nessa série e no foco MULHER, foi por um motivo: a figura feminina sempre foi excluída de diversos espaços na sociedade - ainda é - mas nesses períodos que estamos relembrando, antes dos anos 2000, a situação era mais conservadora. Logo, as mulheres trazidas neste texto revolucionaram a área musical ao registrar suas marcas e mostrar todo seu potencial, o que serviu de inspiração para outras companheiras crescerem cada vez mais nesse meio.

E já que a história influencia a música, o que estava acontecendo no mundo nesse momento? Bom, o Brasil ainda vivia a ditadura militar e em 1970 em específico, acontecia uma “popularização” devido ao milagre econômico, mas isso não escondia a tortura e censura marcante. Esse controle da economia, por exemplo, fez com que o país não sofresse as consequências da crise do petróleo no mundo, porém sofreu com a segunda onda dela em 1979.

A música nesse momento deu palco pro rock em festivais e em estúdios, pois nesse momento várias bandas do estilo iniciavam carreira - outras no entanto acabavam de encerrar seus trabalhos, como os Beatles. Nos anos 80, o álbum Thriller fazia sucesso elevando ainda mais o nome de Michael Jackson, e ao lado dele outros cantores e bandas marcavam a história com suas composições. Exemplo de Bon Jovi, Guns N’ Roses, U2, Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Roberto Carlos, Engenheiros do Havai, Ira!, Legião Urbana, Chico Buarque, etc.

A década de 1980 no Brasil foi onde aconteceu o movimento de “Diretas Já”, a constituição brasileira em vigor, a criação do estado do Tocantins e o desenvolvimento do Plano Cruzado. No mundo era o momento onde se dava o fim da Guerra Fria, o acidente nuclear em Chernobil, lançamentos aeroespaciais da NASA, entre outros eventos principalmente os relacionados ao espaço das telecomunicações - que cada vez mais prosperavam socialmente.

Tina Turner

Começar a falar sobre o ícone Tina Turner e não dizer que o nome dela não tem absolutamente nada em comum com seu nome artístico não seria falar de Tina Turner. Anna Mae Bullock nasceu em 1939, cantora, compositora, dançarina e atriz. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, Tina mudou-se para a Suíça em 1995 e desde então nunca mais visitou o país, em 2013 ela renunciou sua cidadania estadunidense. A paixão da lenda do Rock’n Roll começou ainda criança quando cantava no coral da igreja. Em 1988 Tina entrou para o livro dos recordes (Guinness Book) após fazer um show para 182 mil pessoas no Maracanã no Rio de Janeiro durante a turnê "Break Every Rule". Antes de estar em carreira solo Turner começou uma banda em 1958 chamada The Kings of Rhythm. Logo, em 1960, a banda se desfez e Tina passou a fazer parte da dupla Ike e Tina Turner que fez bastante sucesso até o início de sua carreira solo em 1974. Tina se tornou uma das maiores cantoras do mundo quando se separou do ex-marido, Ike Turner, e consequentemente desfez a dupla. Considerada a Rainha do Rock'n'roll, a artista feminina mais bem sucedida no rock e vencendo 12 vezes o Grammy Awards ela ainda acumula mais de 300 milhões de discos vendidos. Tina Turner é uma verdadeira lenda, aposentada desde 2008, ela vive uma vida tranquila e privada na Suíça.

Tetê Espíndola

Chegamos a uma das maiores vozes da música nacional. Terezinha Maria Miranda Espíndola é cantora, compositora e multi-instrumentista. Com uma família toda musical seria bastante difícil não entrar para a arte. Logo, aos 14 anos, ela já estava ganhando premiações por sua voz. Morando ainda em Campo Grande suas oportunidades eram bares e eventos da cidade, e por muitos anos aquela fora a realidade da artista. Mas como o céu é o limite, em 1977 o Grupo LuzAzul decide ir tentar carreira profissional na capital paulista. Ela e os irmãos chegaram já entregando seus materiais para gravadoras e logo receberam sua primeira aprovação. A empresa decidiu alterar o nome para Tetê e o Lírio Selvagem, durando pouco mais de um ano e em 1980 Tetê já lançava seu álbum solo após o fim do grupo. Tetê segue fazendo música até hoje e o último disco lançado foi em 2019.

Celine Dion

Acho que sobre Celine Dion eu nem preciso dizer nada né? Próóximo! Brincadeiras a parte, vamos fazer um minuto de silêncio para o ícone que é Celine Dion e por suas músicas que nos agraciam até hoje. Céline Marie Claudette Dion é cantora (jura?) e nasceu no Canadá. A carreira profissional de Céline começou ainda na adolescência, durante a década de 80. E pasmem, o primeiro disco dela só foi viável pois seu empresário e futuro marido hipotecou sua casa para financiar a carreira dela. Hoje a fortuna já acumula mais de 630 milhões de dólares. Começando a cantar em francês, sua língua materna, Celine canta por dez anos e lançou diversos discos com sua primeira língua, mas foi quando assinou com a Epic Records nos anos 90 que sua carreira na língua inglesa decolou e ela tomou todo o território mundial.

Como nosso foco são as carreiras nos anos 70 e 80 falo sobre uma adolescente que conseguiu conquistar do Canadá um disco de ouro da França pelo single "D'amour ou d'amitié". O sucesso da caçula de 14 irmãos conseguiu seu sucesso por toda a Europa antes mesmo de completar 20 anos. E em 1988, após perder sua voz durante um concurso e ser orientada a ficar muda por três semanas para a recuperação breve e sem cirurgia de suas cordas vocais, ela resolveu aprender inglês e dois anos depois estreou sua carreira anglófona com Unison (1990).

Gal Costa

Gal Costa, como falar dos anos 70 e 80 e não falar da voz que dominou? Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 1945 em Salvador. Cantora (que novidade!), compositora e multi-instrumentista. A carreira de Gal começou ainda nos anos 60 após sua amizade com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e vários outros artistas. Mas o sucesso dela veio em 1975 após gravar a trilha de abertura da novela Gabriela da Rede Globo. A quantidade de composições e de histórias de sucesso de Gal é imensa, trilhas de novela, discos solos, discos em conjunto, espetáculos, programas de televisão. Participou de Mulher 80, um especial da Rede Globo sobre as mulheres dos anos 80. Gal gravou o disco "Aquarela do Brasil", focado na obra do compositor Ary Barroso, e que trouxe hits como "É luxo só" , "Aquarela do Brasil", "Na Baixa do Sapateiro", "Camisa amarela" e "No tabuleiro da baiana" . E para finalizar sua trajetória nos anos 80, em 1987 o disco Lua de Mel Como o Diabo Gosta, um fracasso de crítica, mas que trouxe mais alguns sucessos à carreira da cantora: "Lua de mel", "Me faz bem" e "Viver e reviver ". Em 1988, Gal grava com grande sucesso a música "Brasil" para a abertura da telenovela da Rede Globo, Vale Tudo.

Luana Martins e Millena Ricardo