Pular para o conteúdo principal

Grandes animações da Disney que não fizeram tanto sucesso quanto deveriam! (e talvez você não tenha visto elas ainda)

 

Os filmes de animação são muito conhecidos, afinal mesmo se você não for um cinéfilo, eles geralmente fizeram ou ainda fazem parte da sua vida! Há várias razões para esse sucesso: uma divulgação incrível, a época de lançamento ou até mesmo pelo tema da história. Muitas animações do estúdio Walt Disney foram e ainda são verdadeiros fenômenos, você provavelmente conhece alguma.
 
Atualmente fazer parte da Disney já é por si só um símbolo de sucesso, mas nem sempre foi assim. A Pixar que é essa produtora conhecida pelas animações em 3D, não fazia parte dos estúdios Disney, como é agora. Somente depois de 2006 que as duas se conectaram e hoje temos todo ano alguma grande produção criada por esses dois grandes estúdios, e geralmente é em 3D, ou seja, computadorizada. A questão mesmo é que nem todas as animações da Disney (antes da aquisição da Pixar) alcançaram esse sucesso de público na época em que foram lançadas. Antes do Galinho chicken little (você se lembra dele?) todas elas eram em 2D, ou seja, com formato bidimensional, aquele aspecto de desenho mesmo e que é o mais antigo e tradicional. 

(Cena de irmão urso: animação em 2D)

(Cena de Frozen 2: animação em 3D)

Fora alguns grandes sucessos, como Bela e a Fera, Rei leão, Tarzan e Mulan, a Disney colecionava várias obras que não obtinham um sucesso tão grande nas bilheterias, principalmente depois dos anos 2000 e essa onda perdurou até a compra da Pixar, como dito mais acima, que foi essencial. A Disney percebeu que apesar de colecionar vários sucessos, não estava conseguindo mais bater de frente com as grandes bilheterias que a Pixar e a Dreamworks já colecionavam, até que finalmente entendeu que precisaria mudar o estilo que fazia suas animações para se equiparar com os outros estúdios (ou comprar um deles no caso). 

O sucesso comercial de uma animação depende, assim como de qualquer outro gênero cinematográfico, muito mais do que apenas uma boa história. Há várias animações que marcaram nossa vida, e que são grandes trabalhos, ricas em detalhes, com uma boa história, mas que infelizmente não estão na lista dos grandes sucessos nas bilheterias de todo o mundo. Quem nunca assistiu um desenho na Sessão da Tarde quando era criança e gostou muito? Ou viu algum aleatoriamente nas antigas locadoras? E digo aleatório, porque não eram animações tão populares, mas tem com certeza um espaço nos nossos corações! Esses filmes, apesar de não terem se tornado fenômenos de bilheteria, como Shrek, Toy Story, Procurando Nemo e até mais recentemente Frozen, tem sim a sua história e vez ou outra é bom palhetar um pouquinho a nossa bagagem e nos recordar deles. 

Pensando nisso, vou comentar um pouco sobre 3 filmes de animação que não se tornaram fenômenos na época, mas que ainda sim são ótimas histórias e se você ainda não viu, deveria conferir! 

1. Irmão Urso 












Essa obra marcou muito a minha infância e provavelmente marcou a sua também, o que torna bem difícil de acreditar que ele não fez tanto sucesso nas bilheterias. Lançado em dezembro de 2003, essa animação foi projetada como uma forma de repetir o sucesso de O rei leão! A história aqui é tão emocionante quanto, sendo um filme bem a frente de seu tempo. O longa segue Kenai (que pasmem, tem a dublagem original de Joaquin Phoenix) um jovem que vai passar por uma cerimônia para a chegada da vida adulta, e nesse ritual ele recebe um totem com um urso entalhado. Esse objeto tinha a missão de mostrar um traço que acompanharia a pessoa pelo resto da vida, porém Kenai não fica muito feliz ao perceber que o seu totem significa amor. Ele então sai a procura de um urso que havia comido os peixes da aldeia e seus dois irmãos vão com ele, porém um acidente acontece e um deles morre! Querendo vingança então, Kenai persegue o urso até conseguir matá-lo, e quando isso acontece, os espíritos o transformam em um urso também. Sem saber o que fazer e sem poder se comunicar com os outros seres humanos, Kenai conhece Koda, um jovem urso que perdeu recentemente sua mãe e os dois partem em uma aventura para quebrar a “maldição”.

Como deu pra perceber pela sinopse, a história é muito complexa e cheia de metáforas para a nossa vida, o que faz dele muito mais que um simples desenho infantil. O filme aborda temas como amizade, família, crescimento pessoal, sobre como é lidar com as responsabilidades que vem com a vida e mostra que se tornar adulto é muito mais do que apenas crescer e ter um tanto específico de anos. A história de amizade entre Koda e Kenai nos faz entender muito também sobre o valor das diferenças, que muitas vezes pode agregar mais até do que as nossas semelhanças. 

Irmão urso é o último filme produzido nos estúdios comprados pela Disney da MGM e ganhou uma indicação ao Oscar, mas perdeu o prêmio para Procurando Nemo, da Pixar (e naquele momento somente Pixar). O longa tem uma continuação, que foi lançada em 2006, mas foi diretamente para home video (DVD). Na época o filme teve uma recepção mediana por parte dos críticos, que gostaram sim da história do desenho, mas diziam que o design da animação não era tão criativo, além disso  não foi um sucesso absoluto nas bilheterias, pelo menos não como os executivos almejavam. Atualmente é um clássico, que não é sempre reconhecido, mas revisitar essa história deveria ser uma obrigação, porque é uma chance de achar outras nuances dentro do filme.  A obra, com tudo que ela oferece, está com certeza na minha lista de melhores animações da vida. A Disney, com toda essa onda de live-actions que fizeram muito sucesso, como Bela e a fera e mais recentemente Mulan, planeja fazer um de irmão urso, que foi confirmado em 2019. Esperamos que o filme faça jus ao desenho original e que seja uma outra chance de alcançar o devido sucesso comercial, que é mais do que merecido. 

2. Nem que a Vaca Tussa, ou Home on the range em inglês!


Você sabia que esse filme de 2004 também é dos estúdios de Walt Disney? Sim e foi um dos últimos lançados pelo estúdio em 2D, ao lado de A princesa e o sapo de 2009. A animação tem originalmente vozes de Judi Dench e Cuba Gooding Jr. Mas é aqui no Brasil onde esse filme fez mais sucesso, justamente porque quando as pessoas lembram dele, elas costumam pensar mesmo é na sua dublagem, com vozes bem conhecidas como Fernanda Montenegro, Cláudia Rodrigues e Isabela Garcia. O trabalho delas dá um outro tom para o filme e é difícil ver atualmente dublagens boas como essa! A história do filme acontece no velho-oeste, onde três vacas, com personalidades bem diferentes, precisam capturar um ladrão de gados que se chama Alameda Slim, para conseguir o dinheiro da recompensa e salvar a sua fazenda que está indo para o leilão.

O filme começou sua produção logo após o lançamento de Pocahontas em 1995, mas devido a vários problemas, acabou só sendo lançado em 2004 e em uma época não planejada, o que fez o longa fracassar na bilheteria e não se tornar tão popular quanto outros do estúdio. Há teorias de que existiu até mesmo uma sabotagem no lançamento, que foi gerenciado por Michael Eisner, C.E.O da empresa na época, para “provar” que o público já não estava tão interessado no formato antigo de se fazer animações, mas essa “teoria” nunca foi confirmada. De qualquer forma, mesmo sendo um fracasso de bilheteria e de crítica, o filme é muito divertido e envelheceu muito bem, todos os personagens são bem carismáticos e a história é sim muito boa. Além disso, foi com certeza um sucesso (em escala menor) aqui no Brasil, portanto vale a pena assistir se você ainda não viu, ou reassistir caso você seja um desses que já tinha visto. 

3. A nova onda do imperador


Já começo o tópico assumindo que eu não assisti esse filme na infância, como várias outras pessoas! Mas quando vi ele na minha adolescência achei extremamente engraçado e com personagens incríveis. É uma animação dos estúdios Disney também e foi lançada em 2000. O longa é norte-americano e possui várias problemáticas por causa disso, afinal ele representa uma cultura latina, sem dar os devidos créditos e com algumas características anacrônicas. Mas ainda sim é uma história leve, bem divertida e me deixa feliz por ser um dos poucos filmes em que há uma representação (mesmo que pequena e com alguns erros) da cultura Inca, que sempre fui apaixonado. 

A história segue Kuzco, um jovem imperador Inca que é extremamente egoísta e acaba sendo transformado em uma alpaca pela sua conselheira. Para conseguir recuperar o seu palácio e voltar a  ser um humano, Kuzco vai precisar da ajuda do líder de um vilarejo que planejava destruir quando ainda era humano. As dublagem original possui vozes bem conhecidas como John Goodman, David Spade e Eartha Kitt que faz a terrível conselheira de Kuzco e entrega um trabalho impecável! O filme teve uma produção bem complicada, com mais ou menos 6 anos de desenvolvimento. O projeto inicial era uma animação épica e dramática e teria o título Kingdom of the sun, algo como O reino do sol. O projeto seria dirigido pelo co-diretor de O rei leão, porém ele foi transformado em uma comédia pastelão, de última hora, pelos executivos do estúdio. No documentário Sweatbox é explicado toda a polêmica envolvendo a animação. 

O filme foi indicado ao Oscar por melhor canção original, mas infelizmente não ganhou, além disso teve uma continuação lançada diretamente em home video (DVD) e uma série de televisão em 2006. Todos os envolvidos no projeto inicial Kingdom of the sun ficaram extremamente chateados com a mudança drástica no tom e na história do filme, por causa de toda polêmica, o longa não teve um grande lançamento como precisava para que obtivesse um grande sucesso comercial, apesar disso a crítica gostou do filme. Mesmo com todos esses problemas, é uma história bem gostosa de se ver e é bem rápida também. O filme sempre será lembrado por ser um dos mais diferenciados que o estúdio já fez, mas ainda sim com todas as características que um desenho da Disney precisa, com algumas lições importantes, sendo a principal delas que a humildade é um grande passo para o sucesso e também que não é possível viver completamente isolado, ou seja, sem entender outras realidades que estão ao nosso redor. 

As 3 animações são bem divertidas, mas acredito que a mais dramática seja Irmão Urso que também possui uma pequena carga de humor é claro, mas as outras duas tem um tom muito mais engraçado e pastelão, o que não as faz perderem o seu valor, afinal em algumas momentos é bom chorar e refletir sobre a vida, mas em outros tudo que a gente quer é sorrir sem compromisso com histórias divertidas e animadas.  

- VITOR MARQUES 
















Comentários

  1. Perfeito, muitas animações se tornaram parte da minha vida. Irmão urso é uma delas. Parabéns pela postagem

    ResponderExcluir
  2. Amei o texto... Adoro assistir estas animações, conheço estes filmes, fazem parte da nossa vida em família!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado, faz muito parte da vida em família e da nossa infância né?

      Excluir

Postar um comentário