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A patroa Oprah Winfrey



Se você não conhece Oprah Winfrey, provavelmente está vivendo em uma realidade paralela, mas fica tranquilo que agora vou te contar tudo da vida dessa mulher simplesmente icônica.

Oprah Gail Winfrey, nasceu no dia 29 de janeiro de 1954, (66 anos) em uma pequena cidade chamada Kosciusko, no interior de Mississipi, Estados Unidos. É jornalista, apresentadora, atriz, produtora, editora, escritora, empreendedora, e uma das mulheres mais influentes da história dos EUA, mas a sua vida nem sempre foi tão fácil, foi preciso muita força e coragem para superar os desafios que estavam por vir.

Sua mãe, Vernita Lee, que ficou grávida de Winfrey aos 18 anos, a abandonou ainda nova, para procurar emprego, por isso a apresentadora passou seus primeiros anos com a avó. Elas viviam em situação de pobreza, tanto é que Oprah chegou a vestir sacos de batata, pois não tinha dinheiro para comprar roupas. Apesar dessa situação, a avó que era muito religiosa, prezava muito pela educação, por isso sempre incentivava a menina, que aprendeu a ler por volta dos 3 anos de idade. Elas iam em uma igreja local e lá Oprah usava sua habilidade de recitar textos bíblicos e encantava a todos.

Aos 6 anos, quando sua avó adoeceu, ela voltou a morar com a mãe em uma pensão na cidade de Milwaukee, por Vernita ter que trabalhar muito, Winfrey sempre ficava aos cuidados de parentes, o que não deveria ser um problema, mas foi: aos 9 anos passou por um dos piores momentos da sua vida, foi abusada física e sexualmente por um primo que na época tinha 19 anos de idade. Ao longo de 5 anos foi ameaçada e espancada nas mãos do tio e de outros primos, que conseguiram, por um extenso período, que ela se calasse.

Oprah contou sobre isso pela primeira vez em 1988, em uma entrevista com a apresentadora Barbara Walters, disse que não se sentia pronta para falar antes por medo dos julgamentos até da própria família “Por isso a maioria das pessoas não fala sobre o abuso que sofreu. Você sabe que não é seguro falar a respeito. Sabe que será hostilizada, colocada para baixo e criticada. ” contou. A coragem de Oprah, por mais que tardia, de falar sobre um assunto extremamente delicado, numa época tão preconceituosa, foi revolucionária e serviu e ainda serve de inspiração para milhares de pessoas que se identificam com a situação e buscam por ajuda. Por esse motivo, ela investe em diversas ONGs para ajudar mulheres, principalmente vítimas de agressão e abusos.

Aos 14 anos, devido a tantos traumas, passou a ser uma adolescente promíscua e perdida, como ela mesmo definiu, sempre arrumava problemas, trazia meninos para casa quando a mãe não estava, e devido a essa rebeldia engravidou e foi expulsa de casa.  Foi morar em Nashville, Tennessee, também nos Estados Unidos, com seu pai, de quem ela escondeu a gravidez, ela tinha medo de contar, pois ele era bem conservador, e já havia até lhe dito que preferia que sua filha morresse e ficasse boiando no rio do que fosse indecente e engravidasse. Ela escondeu a gestação até o parto, quando a criança nasceu, mas não resistiu. Winfrey contou que não sentiu dor, pois não havia se conectado com a criança por medo, e havia até pensado em se matar, mas sentiu um alívio e acreditou que isso tenha sido uma segunda chance em sua vida, e realmente foi, a partir deste momento, ela decidiu tomar um outro rumo: começou a se dedicar aos estudos. Ganhou uma bolsa para estudar no Nicolet High School, em Wisconsin, e havia se tornado uma aluna exemplar, habilidosa em oratória e recitação, como já havia demonstrado enquanto criança. Por ser muito bonita e carismática, aos 17 anos ganha um concurso de beleza da cidade. Nessa época Winfrey estava descobrindo seu amor pela comunicação, começando a trabalhar em uma estação de rádio local todos os dias após a escola.

Assim, no último ano de o High School, ela já havia conseguido uma bolsa de estudos para a faculdade de Tenesse, na qual ela cursou comunicação televisiva. Formada, mudou-se para Baltimore, onde apresentou por 8 anos seu primeiro programa de TV o “People Are Talking”, e foi o primeiro sucesso da sua carreira. Depois trabalhou em outra rede televisiva em Chicago e apresentou o AM Chicago, que foi um sucesso.

Por gostar também de atuar, em 1984, Oprah, também participou das telonas, no filme de “A Cor Púrpura” (The Color Purple) de Steven Spielberg, e foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante, mas infelizmente não venceu.

O auge de sua carreira deu-se em 1986, mais especificamente em 8 de setembro, com o lançamento do icônico programa The Oprah Winfrey Show. Oprah é tão brilhante que esse programa foi produzido e dirigido por ela, também a negociação com investidores e anunciantes foi através de sua empresa de audiovisual Harpo Studios (que é seu nome invertido), e além de receber seu próprio salário, recebia a mais através de transações comerciais da empresa.

O programa foi recorde de audiência durante seus 25 anos de existência, e considerado o maior programa televisivo norte americano de todos os tempos. Ele teve 25 temporadas e contou com a presença de famosos como: Barack Obama, Beyonce, Tom Cruise, a família Kardashian, Rihanna, porém o seu marco foi uma entrevista com o rei do Pop, Michael Jackson, onde ele falou abertamente sobre sua doença de pele, que gerava inúmeras especulações, e outras polêmicas. Essa edição rendeu ao talkshow nada menos que 100 milhões de espectadores, um número considerado impossível na época. Podemos ver que Oprah não estava brincando quando resolveu que ia dominar o mundo.

Em 2011 ela decide que é hora de dizer adeus ao The Oprah Winfrey Show, então em 25 de maio deste ano, a última edição do programa foi ao ar, comovendo todos os fãs que a acompanhava por longos anos, mas era só mais um passo que ela, sabendo do seu potencial, precisava dar.

Hoje, Oprah Winfrey é a personalidade televisiva mais bem paga dos EUA. E sua carreira só deslancha, ela é dona de duas revistas, a The Oprah Magazine e a O At Home, escreveu 5 livros, onde todos viraram best-sellers, e desenvolveu seu próprio canal televisivo o OWN- Oprah Winfrey Network, em parceria com o canal Discovery, produzindo juntos diversos programas.

Ela também participou de diversos filmes como Selma: Uma Luta pela Igualdade, que conta a história do pastor e ativista social negro, Martin Luther King, e sua luta pelo direito do voto da comunidade afro americana, nesse filme ela interpreta Annie Lee Cooper, outra ativista também importante na conquista desse direito. Também “Uma Dobra no Tempo” de Ava DuVernay, um filme onde dois irmãos estão à procura do pai cientista que trabalha para o governo e desapareceu a bastante tempo após se envolver com um trabalho misterioso, Oprah faz a personagem Sra. Qual, que é uma espécie de ser celestial. Também deu voz à “Eudora”, mãe da Princesa Tiana da animação “A princesa e o Sapo” e à personagem “Judge Bumbleton” no “Bee Movie”.

Além de licenciar diversas marcas como uma linha de comidas saudáveis o, That’s Good! E uma coleção de roupas o The Oprah Magazine Collection for Talbots.

Foi considerada a 1º mulher negra a ganhar U$ 1 bilhão de dólares no mundo, hoje tendo seu patrimônio avaliado em... pausa dramática, 3 bilhões de dólares (imagina se a gente converte para o real). É uma das 70 mulheres mais poderosas do mundo, segundo a Forbes, sendo que nesta lista, Oprah é a única mulher negra. Ela também tem 3 ONGs a "The Angel Network", a "Fundação Oprah Winfrey" e "The Oprah Winfrey Operating Foundation.

Eu admiro muito essa mulher, que além de uma história de vida de cair o queixo, ainda usa todo o sucesso e reconhecimento que conseguiu por mérito para ajudar outras pessoas, lutar pela igualdade racial, e mostrar também que nós mulheres, podemos chegar em lugares que nunca imaginávamos.

“Think like a queen. A queen is not afraid to fail. Failure is another steppingstone to greatness.” Oprah Winfrey


(“Pense como uma rainha. Uma rainha não tem medo de falhar. O fracasso é mais um degrau para a grandeza.” Oprah Winfrey)


SE LIGA: Deixo como indicação uma entrevista brilhante que Winfrey estrela na Netflix chamada “Oprah apresenta: Olhos que Condenam”, onde ela conversa com os cinco homens reais condenados injustamente por um ataque brutal no Central Park em Nova York da minissérie ‘’Olhos que Condenam” também da Netflix, e como o elenco da adaptação, eles discutem a importância de falar sobre esse caso, as mudanças que ocorreram e algumas curiosidades da produção.

Bárbara Lopes


 

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